Tendências de gastronomia para 2018
Já iniciamos um novo ano, é hora de analisar o que foi sucesso nos primeiros seis meses de 2017 e o que deve ser tendência de gastronomia para 2018. As possibilidades de alimentação estão em constante atualização, e é preciso acompanhá-las!
Vamos abordar especificamente as tendências de consumo em gastronomia para o final de 2017 e o início de 2018, que devem fazer a cabeça (e o estômago!) de muita gente mundo afora — e também no Brasil —, já que importamos muitas coisas que são vanguarda em outros países.
1. Bowls saudáveis
A opção por uma alimentação saudável não é, necessariamente, uma tendência nova, já que muitas pessoas têm tido essa preocupação com a adoção de hábitos mais saudáveis nos últimos anos, começando pelos alimentos que ingerem.
Se em 2016 e até o começo de 2017, a tendência de consumo era a salada no pote, a partir de agora a novidade são os bowls (tigelas, em bom português) saudáveis.
São inúmeras as opções de refeições que podem ser montadas nas tigelas. E, se feitas com acompanhamento de um nutricionista, elas podem conter todos os nutrientes necessários, tornando-se uma refeição completa.
Além de elas serem super saudáveis, outra das vantagens dos bowls é a sua combinação harmoniosa, que cativa também pela aparência. São tigelas com um grande potencial fotográfico — a típica comida que nos faz “comer com os olhos”.
Os bowls estão tão em alta que já há derivações, ou seja, diferentes maneiras de você montar o seu bowl saudável. Veja alguns exemplos:
• buddha bowl: uma tigela colorida e muito nutritiva, a buddha bowl combina verduras, grãos e sementes, finalizada com um molho também nutritivo, como tahine, de limão ou iogurte;
• smoothie bowl: como o próprio nome diz, esse bowl é feito com uma vitamina. A base são bananas congeladas, que dão uma consistência mais cremosa, para se comer com colher. Por isso, é uma vitamina na tigela, e não em um copo;
• bowl de lanche: é possível também preparar bowls com lanchinhos saudáveis para aproveitar ao longo do dia, nos intervalos das refeições, como um mix de sementes oleaginosas com iogurte, por exemplo.
Enfim, os bowls saudáveis são uma ótima opção para quem utiliza marmitas, e também uma tendência na qual os restaurantes devem estar atentos!
2. Comidas veganas
Os veganos são pessoas que não consomem, na medida do possível e praticável, nenhum produto de origem animal ou que tenha sido testado em animais. Assim, a alimentação vegana bane do cardápio, além da carne, ovos, leite e derivados e qualquer outro alimento que tenha origem animal, como o mel.
De fato, o veganismo não para de crescer mundo afora. Pesquisas indicam que ele cresce 40% ao ano no Brasil, e estima-se que já são quase 5 milhões de adeptos desse movimento em nosso país. Não é à toa que, recentemente, foi inaugurado em São Paulo o primeiro açougue vegano do Brasil!
E, como investe bastante nos temperos e na diversidade de pratos que se pode fazer com um único ingrediente, a alimentação vegana acaba atraindo também os não veganos. Com sabores bem marcantes e alimentos bem temperados, esses pratos agradam a qualquer um.
Diante de tantos adeptos, é importante que os restaurantes estejam atentos a esse público, já que, com uma alimentação restrita, eles estão sempre buscando novas opções que possam atendê-los.
Um bom restaurante vegano costuma ter clientes fiéis. Por outro lado, as marcas e restaurantes que não têm nenhuma opção vegana em seu cardápio precisam repensar seus modelos de negócio e começar a atender também às necessidades desse nicho.
3. Cozimento a vácuo
Seguindo a mesma filosofia que foi sucesso no ano passado, a do slow (slow food e slow cook), agora vemos despontar a tendência de cozinhar a vácuo.
Se, antes, para um cozimento mais lento, utilizava-se principalmente a crock-pot — a panela elétrica apropriada para slow cook —, hoje o método a vácuo utiliza de um saco plástico, onde o alimento é selado a vácuo e cozido por um longo tempo, em uma temperatura mais baixa do que se utiliza nos métodos tradicionais de preparo.
Um dos principais benefícios de adotar essa tendência é que o alimento conserva muito melhor o seu sabor e a sua textura. Assim, ele é mais saboroso do que quando se utilizam outras técnicas gastronômicas.
4. Snacks saudáveis
Como já falamos, a opção por uma alimentação saudável não é, necessariamente, uma novidade, já que as pessoas têm procurado se alimentar melhor há algum tempo. Até pouco tempo atrás, entretanto, parecia difícil encontrar opções de lanchinhos saudáveis nos supermercados.
Tudo era cheio de açúcar, conservantes e calorias, e quem queria se alimentar de forma mais saudável precisava fazer seu próprio snack em casa.
Hoje, felizmente, já não faltam opções no mercado para quem não quer fazer seu próprio lanche ou mesmo não tem habilidades culinárias. Chips de frutas desidratadas, caponatas de legumes, tortas integrais e crackers de ervas são algumas das melhores receitas de lanches.
Assim, dependendo de qual é o seu tipo de estabelecimento, ter alguma opção de snack saudável disponível é muito importante. Outra forte tendência, inclusive, tem sido a assinatura de snacks saudáveis para receber em casa.
Diversos empreendedores estão apostando nesse ramo, e na dificuldade que a maioria das pessoas têm em preparar seus próprios lanches. Sem dúvida, parcerias entre restaurantes e esses serviços de delivery pode ser uma boa ideia!
5. Sabores picantes e apimentados
Os sabores mais apimentados também estão sendo bastante explorados, desde os chefes mais renomados até os cozinheiros amadores de final de semana. Essa é uma tendência de consumo que vem importada, principalmente, do México e de países asiáticos.
O que acontece é que cada pimenta tem seu sabor peculiar, harmonizando melhor com determinados alimentos. Assim, vemos diversas variedades de pimenta fazendo parte do cardápio de inúmeros restaurantes — biquinho, pimenta-do-reino, malagueta, dedo-de-moça e tabasco são alguns dos tipos mais comuns.
Por outro lado, não se utiliza só a pimenta para dar um toque mais picante aos alimentos. Temperos como gengibre, raiz forte, açafrão e páprica também vêm sendo explorados nas receitas dos grandes restaurantes.
Além disso, existe um crescente interesse em apimentar o doce. Isso mesmo! E essa combinação vai muito além do já conhecido chocolate com pimenta. A manga, por exemplo, vai muito bem com pimenta em uma deliciosa sobremesa.
Há ainda as geleias de pimenta, para acompanhar doces como mousse e panacota. São muitas as possibilidades, e vale a pena ficar de olho nessa tendência!
6. Aproveitamento total de ingredientes
As tendências da reciclagem e da sustentabilidade já fazem parte de muitos aspectos das nossas vidas — como a decoração de interiores, que, muitas vezes, transforma coisas velhas em novos objetos para decorar casas e apartamentos. E, nessa linha, chegou agora a gastronomia sustentável.
Se, até pouco tempo, reutilizar ingredientes era uma coisa mal vista e parecia impossível aproveitar todas as partes dos alimentos, hoje, inúmeros pratos podem ser feitos com talos e cascas de vegetais, por exemplo. Até sobras de preparos anteriores podem ser reutilizadas para fazer novas delícias, como os sempre gostosos arancinos.
A ordem do momento é não desperdiçar! Assim, além de estimular a criatividade na cozinha, a gastronomia sustentável faz bem para o meio ambiente e para a saúde. Afinal, aproveitar a totalidade dos alimentos só contribui para a absorção mais completa dos nutrientes. No caso das frutas, por exemplo, já é sabido que a maior parte do seu valor nutricional está na casca.
7. Bebidas artesanais
Essa tendência surgiu com as cervejas artesanais, um mercado que se expandiu rapidamente no Brasil, angariando muitos adeptos e mesmo fãs. Tanto que, hoje, o consumo de bebidas artesanais está até nos destilados e em bebidas sem álcool.
A realidade é que cada vez mais as pessoas procuram alimentos e bebidas mais autênticas e menos artificiais. Afinal, elas possuem muito mais sabor e mais possibilidades de harmonização com a comida. Logo, investir nisso é uma excelente opção para acompanhar o cardápio de pratos do seu restaurante!
8. Faux Food (comida imaginária)
Ao contrário do que esse nome sugere, a comida imaginária não implica a ausência de alimentos. Pelo contrário: são pratos muito inventivos, que parecem ser o que não são. O que conta mesmo nesses casos é a criatividade dos chefes de cozinha, e o tanto que o prato é capaz de surpreender quem vai prová-lo.
Explorando sabores, texturas e formatos, os cozinheiros de plantão têm preparado pratos que confundem os sentidos de quem os degustam. Já pensou, por exemplo, em dar aquela garfada em uma bela feijoada e descobrir que, na verdade, ela é um doce com muito chocolate?
Pois essa é mesmo uma tendência em alta, principalmente no caso de pratos que parecem ser principais, mas que são uma sobremesa.
Assim, além de ser um momento de aproveitar uma boa culinária, degustar uma faux food — ou melhor, uma comida imaginária — acaba se tornando também um momento de diversão, no qual os clientes tentam adivinhar os ingredientes que enganam bem nos pratos.
Com certeza, se você colocar uma seção especial em seu cardápio com esse tipo de sobremesa, vai aguçar a curiosidade dos seus clientes!
9. Gut health (saúde do intestino)
Na linha da alimentação saudável, também tem sido uma tendência a gut health, que é um hábito alimentar preocupado com a saúde do intestino.
Esse tipo de alimentação tem muito a ver com a importância que o nosso intestino tem ganhado para um bom funcionamento do organismo. Afinal, existe uma preocupação crescente em manter o intestino saudável, preservando a flora intestinal.
Nesse contexto, os alimentos probióticos têm tomado conta da dieta alimentar dos brasileiros. Eles contêm organismos vivos, sendo ricos em bactérias que beneficiam a flora intestinal e contribuem para a boa absorção dos nutrientes.
Alimentos como iogurtes, leite fermentado, coalhada e queijo, ricos em probióticos, podem ser consumidos in natura ou acrescentados ao preparado de diferentes pratos.
Os iogurtes e o leite fermentado podem, por exemplo, ser usados em vitaminas de diferentes sabores — bebida que também é tendência entre as pessoas mais preocupadas com a qualidade da alimentação.
Assim, além de contribuírem para a saúde, os probióticos também auxiliam na perda de peso. E, como a busca pelo peso ideal é uma constante, os alimentos probióticos acabam sendo prioridade na alimentação de muitos brasileiros.
10. Hambúrgueres artesanais
Os hambúrgueres artesanais já fazem sucesso há um tempo, mas seguem sendo apreciados pela maior parte dos brasileiros.
Aqui, o “artesanal” do nome indica o uso de ingredientes de qualidade e cuidado no preparo. Além disso, essas carnes também costumam ser de cortes especiais, bem suculentas e com sabor marcante — uma clara diferenciação entre os hambúrgueres artesanais daqueles vendidos nos tradicionais fast foods.
Picanha, costelinha, linguiça, frango, frutos do mar… e por aí vai. São várias as opções de preparo de hambúrgueres para os apreciadores de uma boa carne. Sem dúvida, um bom corte, combinado a molhos e queijos igualmente saborosos, pode conquistar a todos.
Não é a toa que as hamburguerias têm desenvolvido os chamados molhos da casa, para dar uma toque a mais e se diferenciar da concorrência! Todos costumam ter receitas difíceis de se descobrir e reproduzir, mas que fazem toda a diferença na carne.
Por outro lado, como dissemos, os especialistas em hambúrgueres não podem esquecer dos veganos e vegetarianos. Por isso, as carnes vegetais também têm ganhado cada vez mais espaço.
Elas podem ser preparadas com soja, grão-de-bico, legumes, quinoa, dentre outros — seja como for, o segredo está no tempero. Essas carnes ficam tão saborosas que conquistam até mesmo quem não é vegetariano ou vegano!
Enfim, existem várias outras tendências de consumo gastronômicas que apareceram no final de 2017 e no começo de 2018, como as empanadas e a arte de preparar pratos tradicionais com corantes naturais ou artificiais. Inclusive, essa tendência se espalhou tanto que agora é possível ver até macarrão colorido!
E, então, pronto para seguir as tendências de gastronomia para 2018? É sempre bom atualizar o cardápio do restaurante de tempos em tempos para surpreender os clientes, não é mesmo? Mas sempre mantendo os pratos que são especialidades da casa, é claro.
Fonte: www.servircomrequinte.francoebachot.com.br